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As emissões brasileiras de gases de efeito estufa caíram 2,3% em 2017 em comparação com o ano anterior. O país emitiu 2,071 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e) no ano passado, contra 2,119 bilhões de toneladas em 2016. Os dados, inéditos, são da sexta edição do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgados em evento promovido pelo Observatório do Clima e pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, em 21 de novembro, em São Paulo.
A queda foi puxada pela redução da taxa de desmatamento na Amazônia. No ano passado, a destruição da floresta recuou 12%, na esteira da retomada da fiscalização do Ibama. As emissões brutas por perda de floresta na Amazônia caíram de 601 milhões de toneladas de CO2e em 2016 para 529 milhões em 2017. Isso fez as emissões por mudança de uso da terra, setor que responde por quase metade do total nacional de gases-estufa, recuarem 5,5% em 2017. Esse recuo poderia ter sido maior não fosse o aumento de quase 11% no desmatamento no Cerrado no mesmo período.
“O combate ao desmatamento é uma questão urgente que precisa de políticas públicas efetivas e uma população consciente. A destruição de nossos ecossistemas está fortemente atrelada à agropecuária, que é justamente o setor a sofrer primeiro os eventos climáticos extemos provocados pelo aquecimento global, como estiagem prolongada e chuvas torrenciais”, afirma André Ferretti, gerente de Economia da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e coordenador geral do Observatório do Clima.
Quase todos os setores da economia tiveram aumento nas emissões em 2017, ano em que o Brasil começou a sair da pior recessão de sua história. A elevação mais expressiva (4%) foi no setor de processos industriais, que saiu de 95,6 milhões de toneladas de CO2e para 99 milhões de toneladas de CO2e.