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Propostas avançam para última etapa da “teia de soluções”, na qual participarão de processo de mentoria e coconstrução. Ao final, melhores projetos terão apoio financeiro para serem viabilizados
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza selecionou as 28 propostas finalistas – entre 473 inscritas – que seguirão para a última etapa da “teia de soluções”, iniciativa lançada neste ano com o objetivo de identificar, aprimorar e apoiar projetos que ajudem a alavancar o turismo em áreas naturais no Brasil. Nas próximas semanas, cada solução passará por um processo individual de mentoria on-line e cocriação, sendo avaliada e aperfeiçoada por uma rede de especialistas externos em áreas como conservação da biodiversidade, inovação, negócios e capacitação no trade turístico.
O time de mentores contribuirá com a identificação das potencialidades e dos pontos de melhoria de cada projeto, levando em conta critérios como escalabilidade operacional e sustentabilidade financeira. Durante o processo, haverá a possibilidade de propostas sinérgicas se unirem, aproveitando complementaridades e potenciais de inovação. Ao final, os projetos serão avaliados por uma banca e as melhores iniciativas receberão apoio financeiro da Fundação Grupo Boticário, totalizando até R$ 2 milhões.
“O turismo é uma atividade catalisadora de desenvolvimento socioeconômico e que, ao mesmo tempo, é capaz de estimular a proteção de nossos ambientes naturais. É uma das áreas mais afetadas pelo contexto da pandemia e que precisa de apoio, especialmente o ramo conduzido em áreas naturais – uma tendência para o momento pós-Covid e que contribui com a geração e distribuição de renda em localidades mais distantes”, explica a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes.
Soluções
A proposta da “teia de soluções” foi estimular a sociedade a apontar os principais desafios para o turismo em áreas naturais e, em um segundo momento, apresentar soluções para as principais demandas identificadas. Dos 553 desafios inscritos, quatro lacunas foram identificadas: atividades turísticas de observação de animais e plantas, novos modelos de negócios que tenham o turismo de natureza no planejamento, inovações que melhorem a experiência do turista e mecanismos que contribuam com o engajamento do visitante a favor da proteção do meio ambiente.
Com foco nesses desafios, foram inscritas 473 propostas de soluções, das quais foram selecionadas as 28 que avançam para a fase de mentoria e cocriação. Em comum, elas apresentam a capacidade de alavancar o turismo de natureza em suas regiões, a ampliação do engajamento dos turistas, a promoção da educação ambiental em relação aos ambientes naturais e à biodiversidade e o desenvolvimento de plataformas digitais para a democratização de acesso à informação.
Entre as ideias que passam para a próxima etapa da “teia de soluções” estão o uso da ciência para indicar um conjunto de destinos turísticos que possibilite a observação de ao menos 95% das espécies de aves da Amazônia brasileira; a criação de trilhas, produtos e serviços turísticos integrados às comunidades locais; e diferentes mecanismos e plataformas tecnológicas que facilitem o acesso à informação e ao conhecimento.
Soluções selecionadas para a fase de mentoria:
Desafio 1 – Turismo de observação de fauna e flora
– Fabiano Rodrigues de Melo – Desenvolvimento de aplicativo para smartphone, onde o usuário coleciona observações de primatas, que tornam-se disponíveis ao público e à ciência, fomentando visitações nos locais de ocorrência e sua conservação.
– Leonardo Pereira Gomes – Otimizar e escalar a metodologia de turismo de avistamento de fauna executada ao longo dos últimos nove anos pela Associação Onçafari.
– Marcelo Derzi Vidal – Monitoramento, avaliação e mitigação dos impactos negativos das interações turísticas com botos e jacarés no Baixo Rio Negro, Amazônia Central.
– Marcos Rodolfo Amend – Integrar ciência e ações locais estruturadas para identificar e desenvolver os destinos turísticos que permitem a observação de pelo menos 95% das espécies de aves da Amazônia brasileira.
– Matheus Oliveira Freitas – Usar o Mero como gerador de renda, através da promoção e articulação do turismo de experiência (científico, comunitário e mergulho) na Grande Reserva da Mata Atlântica.
– Virgilio Teixeira Machado – Criar um mercado consistente de observação de aves e imersão na natureza, consolidando a Macaw como empresa, com abordagem estratégica inédita, dando sequência ao modelo piloto que abrange o trecho entre Salvador e o Litoral Norte da Bahia, associando conservação com geração de renda.
– Antonio Francisco Furtado Ribeiro – Tornar o turismo na Chapada dos Veadeiros mais regenerativo, com os visitantes colaborando na preservação do Cerrado, de uma forma inovadora.
– Daniel Cabrera Abdulmassih Espir – Vivalá é um negócio social que alia ecoturismo de base comunitária e voluntariado de capacitação profissional em comunidades do Rio Negro, Tapajós, Solimões, Lençóis Maranhenses e Chapada dos Veadeiros.
– Eloise S. Botelho – Promover a rede de turismo local, fortalecendo os micro e pequenos empreendimentos e os roteiros que envolvem serviços e atrativos naturais e culturais que têm nos manguezais da Área de Preservação Ambiental (APA) Guapi-Mirim sua principal fonte de inspiração.
– Fabiano Rosas Rocha – Solução de hospedagem, arquitetura sustentável para operação de glamping em áreas naturais, com estrutura replicável inspirada na natureza que traz resistência e design natural.
– Jamil Ramsi Farkat Diogenes – Desenvolver o ecoturismo em reservas naturais e unidades de conservação do semiárido da Caatinga, promovendo um match entre o operador do negócio e o investidor interessado.
– Lívia de Paiva Pacheco – Contribuir para a implementação de negócios rentáveis em comunidades do entorno do Parque Nacional Serra do Cipó, por meio da cocriação de produtos inovadores e do estímulo à gestão em rede, de forma a aliar o uso público à conservação dos biomas e à valorização da identidade local.
– Marcela de Marins – Modelo de negócio para captar recursos provenientes da prestação de serviços no Parque Nacional Chapada Diamantina e realizar a contrapartida de capacitar os condutores de visitantes, gerando melhores experiências para turistas e comunidade local junto à natureza.
– Marcus Vinícius Concatto – Conectar o turismo cultural e de natureza na Grande Reserva Mata Atlântica de forma responsável, tendo como protagonistas os pequenos e médios empreendedores, produtores locais e Unidades de Conservação.
– Marina Copeliovitch – Wishtrip: dar aos destinos de natureza o poder de se tornarem destinos inteligentes e oferecer a cada visitante a oportunidade de exploração de maneira mais interativa, educativa e responsável.
– Rudã Fernandes Brandão Santos – BioFábrica Azul: uma base de transplantação de corais que se integra ao turismo local, gerando novas atrações a fim de fomentar a conservação e um cluster de bionegócios.
– Rulian Belinski Maftum – Acelera Natureza é um programa de apoio para que as Reservas Particulares do Patrimônio Natural criem suas próprias oportunidades e transformem preservação em negócio.
Desafio 3 – Experiência do turista
– Alessandro de Oliveira Neiva – Criar e implantar o Circuito RPPN Veadeiros, um roteiro turístico voltado à integração e valorização das RPPN da Chapada dos Veadeiros.
– João Bittencourt Lino – Criar um sistema de trilhas de longo curso em Cavalcante (GO) promovendo a conexão dos visitantes e moradores com os atrativos naturais, unidades de conservação, comunidades tradicionais e a cidade de forma integrada.
– Luiz Fernando Ferreira – Oferecer ao visitante de Cachoeiras de Macacú o acesso, pelo celular, a informações especializadas sobre atrativos, equipamentos, serviços e infraestrutura turística, disponíveis em um sistema de informações criado no município.
Desafio 4 – Engajamento do visitante na proteção do meio ambiente
– Alexander Copello Moraes – Utilizar a realidade virtual como instrumento de comunicação para apresentar atividades turísticas em áreas naturais, proporcionando assim uma experiência instigante, que motive o indivíduo a realizar visitas presenciais e ampliar o fluxo turístico dessas localidades.
– Ary de Oliveira Russo – Estimular o engajamento e o compromisso de crianças, jovens e adultos, com a promoção de uma cultura das áreas protegidas, por meio de ferramentas de gamificação que integrem temas relacionados à sociobiodiversidade, folclore e fortaleçam a identidade com os territórios protegidos.
– Eliseth Ribeiro Leão (Lis Leão) – Um tempo com a natureza: a conexão com a natureza como cuidado integrativo para a promoção do autocuidado em saúde e conservação da biodiversidade.
– Fazenda Boa Vista – Engajar a sociedade na conservação e recuperação da Mata Atlântica por meio da conexão de áreas naturais a partir da implantação participativa de uma trilha de quatro mil quilômetros, promovendo o turismo responsável, com desenvolvimento socioeconômico inclusivo e valorização do patrimônio natural e cultural.
– Patricia Fuzeti Elias – Elaborar diretrizes para o “Banho de Floresta”, como estímulo à aproximação da sociedade às áreas naturais – entrelaçando os caminhos que conduzem à saúde humana, à preservação ambiental e à geração de benefícios socioeconômicos às comunidades locais.
– Paula Lobo Rascão – E-Trilhas: conectar os três vetores de manutenção e promoção de trilhas ecológicas – o público, as unidades de conservação e a cadeia econômica produtiva do entorno – por meio de uma plataforma digital.
– Raissa Tamassia Cortes – Criar um jogo lúdico para promover a visitação em áreas naturais com o intuito de engajar os participantes em ações que visem conhecer, preservar e democratizar o acesso à natureza.
– Ricardo Aguiar Borges – Fortalecimento dos núcleos de comunicação integrada e de articulação regional da Grande Reserva Mata Atlântica, como metodologia para marketing e implantação de territórios produtores de natureza em estímulo à todas as iniciativas regionais compatíveis com a conservação.